O Sul é meu barril: estados sulistas lideram o ranking das cervejas artesanais

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Das 800 cervejarias independentes brasileiras, a maior parte é gaúcha. Paraná e Santa Catarina encabeçam o mercado ao lado de São Paulo e Minas Gerais

Com crescimento consolidado nos últimos anos, atrás apenas dos Estados Unidos e da China, a produção de cervejas artesanais no Brasil já conta com mais de 800 cervejarias, segundo levantamento feito este ano pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A região Sul se destaca nesse cenário, com 45% da produção nacional.

Completam o “top five” São Paulo, com 144 cervejarias (18% do mercado) e Minas Gerais, com 112 produtoras independentes (14%). As demais cervejarias se distribuem entre 22 estados e já se refletem na preferência do consumidor. Pesquisa de novembro divulgada pela Mintel mostra que 53% dos jovens de até 24 anos estão motivados a experimentar novos tipos de cerveja, e 68% dos consumidores, em geral, vêm das classes A e B – nas outras classes a marca atinge 52%.

Inovação paranaense
Desde 2011, o Paraná tem experimentado um crescimento constante com  incremento anual de 20%, gerando aproximadamente 500 empregos diretos e 2,5 mil indiretos, de acordo com dados da Associação das Microcervejarias do Paraná.

Tamanho polo de inovação em Curitiba inspirou o surgimento de cursos regulares, com direito a diploma de especialista, como o recém-criado MBA em Gestão Comercial Cervejeira do Centro Universitário UniOpet, para graduados com interesse em aprimorar seu trabalho em bares, restaurantes e cervejarias, além de produtores independentes.

Mercado promissor
Além disso, a reconhecida qualidade das cervejas produzidas no Paraná – que já conquistaram mais de 240 prêmios nacionais e internacionais – colocaram Curitiba na rota dos profissionais e apreciadores da bebida. Apesar de a liderança ser gaúcha, a cidade é considerada a Capital Nacional da Cerveja Artesanal, com aumento no número de eventos e festivais especializados nos últimos anos.

“Apesar de estarmos atravessando um período difícil economicamente, com a alta do dólar que influencia diretamente no preço de ingredientes importados, como o lúpulo, o mercado está surpreendendo com a abertura crescente de pontos de venda e cervejarias ciganas. É necessário ter mão de obra qualificada para atender o público, que experimenta uma grande quantidade de novidades desde 2008, quando Curitiba começou a receber inovações gastronômicas”, destaca Adriane Baldini, membro da Associação dos Cervejeiros Artesanais Paranaenses e coordenadora do MBA do UniOpet.

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Parceria estrangeira
Martijn Doelman é um desses produtores independentes que começou a se aventurar no setor há cinco anos, como hobby entre amigos. Desde abril de 2018, porém, esse holandês radicado no Paraná se uniu a um sócio argentino, Ignácio Contreras, para investir na produção profissional de cerveja, criando a Van Dutch Beer. “Comecei participando de concursos de cerveja artesanal, depois fomos aprendendo novas receitas e aumentando os tamanhos dos tanques. Hoje, já vendemos para bares e temos dois tipos principais: a Mosaic Ipa, bastante apreciada, e a 4 Gose, de origem alemã, com notas de cupuaçu”, explica.

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