A cerveja é uma bebida democrática, tanto para ricos e pobres, homens e mulheres, porém, ainda assim, há uma certa resistência no público feminino em apreciar mais as cerveja, tanto pelo esteriótipo masculino que ela carrega quanto pelo sabor que nem sempre agrada ao paladar.
Atualmente estou me surpreendendo com o que leio e ouço e resolvi reunir três artigos neste post para falar sobre o Mundo da Cerveja sendo abraçado e amado pelas nossas mulheres.
Em minha humilde pesquisa, a cerveja é uma das bebidas mais antigas do mundo e seus primeiros registros ocorreram no Oriente médio, na Mesopotâmia, 3 mil anos antes de Cristo, historiadores e arqueólogos afirmam por indícios que eram as mulheres que preparavam as “cervejas” para os homens no Antigo Egito. Naquela época não era chamada de cerveja, era uma bebida intoxicante feita de grãos (milho) e água, sofrendo o processo natural de fermentação apenas.
Passados muitos séculos, as cervejas tinham sua produção centralizada nos mosteiros, originando as excelentes cervejas trapistas e com a revolução industrial a sua produção explodiu em larga escala, porém mesmo assim, a mulher ainda estava em segundo plano na questão e isto tem mudado radicalmente muito nos últimos 20 anos, onde ela tem se destacado em várias vertentes que o mundo da cerveja possa proporcionar, seja na fabricação, na tecnologia aplicada,na gastronomia ou na zitogastronomia (arte de harmonizar pratos com cerveja), na degustação e no seu próprio consumo.
Esse movimento é muito bacana, pois nós homens queremos que as nossas mulheres gostem de cerveja cada vez mais para nos acompanhar, afinal que graça tem você apreciar uma boa cerveja e a sua paquera, namorada, esposa não lhe acompanhar, ou pior pedir um suco de melancia com adoçante, não tem charme no ritual.
A cerveja hoje é tão sofisticada como o Vinho e seu processo de produção requer altíssimo nível de qualificação e tecnologia e esse entendimento tem levado cada vez mais as pessoas sejam homens ou mulheres a apreciar e ver esta bebida de uma outra forma jamais vista.
O mercado, tendo essa percepção do aumento do público feminino, começou a traçar estratégias diferentes no marketing das cervejarias e isso é visível nas propagandas de hoje, onde a posição da mulher não é mais o fator de desejo aliado a cerveja, ao qual era vista como objeto sexual e agora seu posicionamento é como a companheira que faz parte do contexto de beber cerveja junto com os amigos e amigas.
As micro cervejarias sacaram rápido isso, pois estão de uma certa forma bem mais próximas do seu público do que uma “Brahma ou Skol da vida” e rapidamente começaram a desenvolver e pesquisar receitas de cervejas que mais agradassem ao paladar feminino, com ingredientes mais adocicados e uma composição mais encorpada, além de utilização de lúpulos mais suavizados e aromatizados.
Um programa de TV chamado “O mundo segundo os brasileiros” mostrou uma cidade na Alemanha, não me recordo o nome, porém, o que me chamou a atenção foi a normalidade e informalidade que as mulheres bebem cerveja lá, sendo comum em um horário de almoço durante a semana ver uma mulher ir em algum quiosque de comida de rua pedir algo para comer e pegar uma bela caneca de cerveja, pois é cultural assim como na França ou Itália beber vinhos nas refeições diárias fazendo parte da rotina e tradição.
Em Belo Horizonte existe uma confraria feita exclusivamente por mulheres bem sucedidas que além de apreciar boas cervejas tem algum tipo de envolvimento comercial no ramo. Essa confraria se chama Confece e existe desde 2007, contando com 10 integrantes que além de entenderem de boas cervejas tem a própria produção com os rótulos Conceição e Aurora, ambas feitas a partir de receitas Belgas. Infelizmente estas cervejas são produzidas apenas para o consumo próprio, o que aguça ainda mais a minha curiosidade em experimentar algo tão exclusivo e fechado. Quem sabe um dia a Confece resolva produzir para o mercado.
Enfim, um brinde as mulheres que estão cada vez mais ajudando o Mundo da Cerveja a ficar mais alegre e diversificado e para você mulher que ainda não entrou neste universo mágico das cervejas artesanais segue a dica da sommelière Cilene Saorin :
- Comece pela pilsen, uma cerveja mais leve e bem conhecida no Brasil. Duas boas dicas são a alemã Krombacher Pils (do estilo German Pilsener) e a checa Pilsner Urquell (Bohemian Pilsener).
- Já está à vontade? Hora de seguir adiante, rumo às bebidas de mais corpo, mas que preservam a refrescância. A cerveja de trigo da Baviera Paulaner ou a brasileira Bamberg (ambas do estilo Weissbier), com notas de cravo e banana, são boas pedidas.
- Próximo passo: estilos que oferecem as flores de lúpulo como protagonistas. Dicas: Meantime (English India Pale Ale), com terroir de lúpulos ingleses, a americana Brooklyn e a brasileira Colorado Indica (ambas do estilo American India Pale Ale).
- Hora de encarar o poder das inglesas. Com os maltes tostados em evidência, a Fuller’s London Porter (Robust Porter) é um clássico e tem notas intensas de chocolate e café.
- Já está confiante? Hora de partir para o estilo Fruit Lambic. Cervejas desse tipo são, muitas vezes, harmonizadas com sobremesas como bolo de chocolate e cheesecake, por exemplo. Prove a belga Kriek Boon, fermentada espontaneamente, que recebe cerejas maceradas na receita.