As cervejas trapistas são cervejas feitas de acordo com as premissas religiosas dos monges beneditinos da Ordem Cisterciense da Estrita Observância ou, de forma mais simples, Ordem Trapista, ou seja não é um estilo de cerveja.
A denominação “trapista” refere-se ao outro nome dado à Ordem dos Cistercienses de Estrita Observância, uma congregação católica que, assim como tantas outras, obedece à Regra de São Bento. Começou a tomar corpo no século 17, com diferentes monastérios promovendo reformas internas no sentido de uma vida mais orientada ao silêncio, à renúncia e à obediência. Um dos princípios fundamentais dos trapistas é o lema beneditino ora et labora, “reza e trabalha”. E um desses trabalhos (graças a Deus!) é fazer cerveja.
As cervejas trapistas são da família chamada abadia, formada principalmente por blonde, dubbel e trippel. O sommelier de cerveja Alfredo Ferreira, do Instituto da Cerveja, explica: “toda cerveja trapista é de abadia, mas nem toda cerveja de abadia é trapista”.
Toda cerveja trapista de fato deva ter o Selo “Authentic Trappist Product” em seus rótulos. Os monges podem produzir itens diversos para comercializar e garantir o sustento do mosteiro: pão, queijo, doces, carnes e até mesmo… Cerveja! Essas cervejas precisam ser fabricadas pelos monges, dentro do mosteiro, e sua proposta deve ser filantrópica: o dinheiro que não for usado para sustento do mosteiro, deve ser usado para causas sociais.
Atualmente existem apenas 11 dos 171 mosteiros no mundo que são reconhecidos como fabricantes de cervejas trapistas conforme abaixo:
Bélgica:
- Rochefort (Namur),
- Achel,
- Orval,
- Westmalle,
- Vleteren Oester,
- Chimay;
Holanda:
- La Trappe, Konigshoeven –
- Abdij Maria Toevlucht em Klein-Zundert
Áustria:
- Engelszell
França:
- Mont des Cats
Estados Unidos:
- St. Joseph’s Abbey – Spencer- Massachusetts
As Cervejas trapistas são exclusivas e possuem sabores diversos do tipo ale, aquele que surge após passar pelo processo de alta fermentação, e variam de coloração e de volume alcoólico.
O número restrito de Cervejas Trapistas pelo mundo se explica pela rigorosidade que a Associação que controla e concede o Selo de Autenticidade, tem ao avaliar os mosteiros., dentro dos requisitos citados acima, como questões da lucratividade e finalidade dos ganhos excedentes, além é claro do próprio processo de produção.
Abaixo a listas com as principais cervejas trapistas autênticas:
Westmalle
Da Abadia de Westmalle, na região da Antuérpia, Bélgica. Tem a Dubbel, escura e com 7% de teor alcoólico; e a Tripel, clara e com 9,5%.
Chimay
Da Abadia de Scourmont, em Chimay, Bélgica. Tem a Red, acobreada e com 7% de teor alcoólico; a Triphel, dourada e com 8%,; e a Blue, escura e com 9%.
Rochefort
Da Abadia de Notre-Damme de Saint-Rémy, em Rochefort, Bélgica. Tem a ‘6’, avermelhada, com 7,5% de teor alcóolico; a ‘8’, escura e com 9,2%; e a ’10’, também escura e com 11,3%.
Orval
Da Abadia de Notre-Damme d”Orval, em Luxemburgo, Bélgica. Único dos mosteiros trapistas que produz apenas uma variedade, de cor âmbar e 6,2% de teor alcoólico.
Achel
Da Abadia de Notre-Damme de Saint-Benoît Achelse Kluis, em Hamont-Achel, Bélgica. Tem a Blonde, clara e com 8% de teor alcoólico; e a Bruin, escura e com 5%.
La Trappe
Da Abadia Onze-Lieve-Vrouw van Koningshoeven, na região de Tilburg, Holanda. Tem a Blond, clara e com 6,5% de teor alcoólico; a Dubbel, avermelhada e com 7%; a Tripel, âmbar e com 8%; a Quadrupel, escura e com 10%; e a Witte, clara e com 5,5%.
Saint-Sixtus (Bélgica), – Teor alcoólico – 10,5% ABV
Spencer (EUA) – Teor alcoólico – 6,5% ABV
Stift Engelszell (Austria) – Teor alcoólico – 9,7% ABV, Estilo Belgian Dark Strong Ale
Zundert (Holanda) – Teor alcoólico – 8% ABV, Estilo Belgian Tripel
Mont des Cats – Belgian Dubbel com 7,6% ABV – Cerveja Trapista, atualmente produzida pela Cervejaria Chimay.
Fontes de Pesquisa: Uol, G1 e Estadão e Fotos ilustrativas
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