O Homem Cerveja com certeza existe e podemos chamar ele de Paulo Almeida, proprietário e gestor do Empório Alto de Pinheiro o EAP, considerado hoje um dos maiores pontos de vendas de cervejas artesanais, nacionais e importadas de São Paulo, tendo em média 800 rótulos e 34 tipos de chopes.
Para chegar neste patamar, Paulo Almeida nos conta um pouco da sua história e visão do mercado em entrevista para o nosso blog.
1) Em que momento na sua vida houve o interesse em lidar com cervejas artesanais e por que?
O Empório inaugurou com 40 rótulos de cervejas importadas e artesanais brasileiras, aos poucos fomos comprando mais rótulos e ao mesmo tempo se apaixonando por elas.
2) O EAP até 2007, não era considerado um ponto cervejeiro. Essa mudança no foco no negócio foi em virtude de qual razão?
Inauguramos em fevereiro de 2008. Logo a transformação começou. Tem um fato que marcou a mudança. A partir do 1o. Encontro do Fórum do Brejas a velocidade de mudança aumentou.
3) O percentual de consumidores de cervejas artesanais no Brasil está evoluindo bem rápido, porém ainda é pequeno em comparação com a grande indústria cervejeira, podemos atribuir isso ao preço, falta de informação ou cultura?
Ele está crescendo no mundo todo e também com outros produtos. As pessoas cansaram da padronização. Hoje qualquer produto com personalidade e diversidade está atraindo o interesse do consumidor. Hoje o que se busca é a qualidade do “feito com artesanal”.
4) Administrar mais de 800 rótulos não é uma tarefa fácil, porém, você acredita que esse é um grande diferencial para sempre atrair clientes?
Não é fácil mas é uma tarefa deliciosa. Todas as cervejas têm história, cada cervejaria, cada rótulo. Nossos clientes são ‘novidadeiros’, gostam de estar por dentro dos lançamentos e das tendências.
5) Defina em uma escala percentual como são os seus clientes: 1) tem conhecimento profundo 2) tem noções básicas 3) conhecem pouco mas querem estar na moda 4) não conhecem nada.
Acredito que 40% tem conhecimento profundo, 20% tem noções básicas, 20% conhecem pouco e estão atrás de mais conhecimento e 20% está entrando em contato pelas primeiras vezes, muitas vezes acompanhando um amigo que sabe mais.
6) Podemos afirmar que o perfil do consumidor de cervejas artesanais não é muito fiel em uma única marca ou estilo, no sentido de recompra e sempre prefere experimentar novidades, até mesmo para competir com outros apreciadores?
Nosso consumidor é fiel a sua vontade, tem suas cervejas e cervejarias queridas, que repete sempre, e também, experimenta muitas novidades em busca de outras cervejas queridas, e em aumentar o conhecimento (e a lista de cervejas degustadas).
7) Como você enxerga esse “boom” de micro cervejarias artesanais no país?
Maravilhoso. No começo era mais quantidade. Agora é quantidade e muita qualidade. Nossos cervejeiros estão evoluindo. Nossas cervejas tem aumentado o número de admiradores, no Brasil e no exterior.
8) Nessa guerra cervejeira, no sentido positivo, temos muitas opções para um consumidor eclético e pouco fiel, seria correto dizer que a maioria dessas micro cervejarias recém criadas não conseguirão se manter a médio e longo prazo por questões financeiras, distribuição e alta concorrência?
Torcemos muito para que todas se mantenham, cresçam e se aprimorem. Claro que algumas podem não sobreviver, mas os motivos devem ser os mesmo que levam empresas de qualquer área a ter dificuldades. Que vençam as melhores.
9) Se tivesse que começar do zero hoje, você abriria uma loja com marca própria ou escolheria uma franquia cervejeira?
Uma franquia é bem divertido, mas eu abriria o EAP novamente.
– Serviço –
R. Vupabussu, 305 – Pinheiros | São Paulo – SP | 05429-040
contato@eapsp.com.br
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